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À Mestra, com saudade



Professora, Maria Edna Torres Silva, dona Edna, era assim que aprendi a tratá-la, quando tinha de ir encontra-la, por missão a mim atribuída pela sua amiga, dona Laura. Minha mãe, tinha muitas histórias interessantes de sua amiga Edna. Desde sua chegada ao Araci do Raso, quando desceu de uma marinete sergipana, para assumir como professora uma das primeiras escolas públicas do município. Os meus irmãos mais velhos podiam falar dela com mais intimidade, porque foram seus alunos. Eu fui aluno de outra pró, também sergipana, que veio de Lagarto para igualmente assumir a primeira escola adventista iniciada numa sala da residência dos Mouras na Praça da Conceição. Clara Salvador Vidal, como dona Edna, marcaram época em Araci. Duas jovens lindas, de longos cabelos aos anéis, deixavam perturbados os galanteadores da cidade, amigos contemporâneos de meus irmãos, Pável, Arôvel e Grênivel. Os amigos deles, Lió de João Pinho, seus irmãos Sidel, Raimundo e Edivaldo, eram galãs por escolha. E ainda se juntou a eles, o Antozildo, trazido por dona Edna (tia), que com seus olhos a lá, Charlton Heston porque verdes, desfilavam entre os oitizeiros, na praça. Eles eram retrato e prova fiel dessa professorinha; mais nova que alguns, mas pense, no respeito que era guardado no coração desses moços.

Claro que consigo contar os anos que se passaram desde que conheci a professora Edna. E não só se passaram os anos, ficou o conhecimento dessa figura singular que me recebia em sua casa, juntamente com seu marido Zélis, outra figura humana que marcou a minha convivência de poucos anos de misturismo com a família.

Nesse dia curto para narrar tantas histórias, escrevo mais que isso, faço um depoimento de qu,e os anos se passavam e o amor de dona Edna, crescia como uma onda, na formação de indivíduos, para resistirem ao tempo que passou e passará para todos os que passaram pelos caminhos abertos pela inesquecível professora.

Perguntem a muitos homens e mulheres que hoje são celebridades, autoridades, profissionais de sucesso ou pessoas comuns, que todos dirão, que suas histórias de vida, foram marcadas por dona Edna. Cada vitória que explodiu, cada conquista que aconteceu, para todos os seus pupilos de outrora, significa orgulho e hoje especialmente nesse dia dedicado mundialmente à mulher, representa um triunfo, porque foi hoje que Deus a recolheu, como dono de cada espiga que planta na terra para alimentar com seus bens, todas as almas anelantes.

Todos sentiremos hoje, o início real de sua ausência, mas sempre lembraremos de seu sorriso, do seu jeito calmo de lidar com o próximo, de sua elegância e de seu amor pela vida. Dona Edna cumpriu sua missão neste plano terrestre, agora é uma pró-estrelar, uma luz radiante a brilhar no infinito das almas graciosas que ajudou em vida.

“A ela, em nome da família Moura, minha homenagem e eterna Gratidão”. A ela, em nome do todos os que se reconhecem como um de seus pupilos, a gratidão e a saudade dessa professora de português e literatura, conhecida como a rainha da redação, possuidora do dom de ensinar sem fronteiras, parafraseando uma de suas frases: “nem mesmo os sonhos, têm fronteiras”.

 

Dr. Gidalti Moura

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