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A “mira de nosso irmão Coló era ensinar o ABC na Zona Rural”, há mais de meio século


Colossal, seria o adjetivo aplicado a esse nosso irmão de chão chamado Coló. Ancestral de filhos e netos ilustres, letrados, Clodoaldo Lira Carrvalho, escreveu seu nome na história cultural de Araci nos tempos do ABC, encarando o desafio de alfabetizar a população rural como delegado da LBCA-Liga Brasileira Contra o Analfabetismo no Brasil, em 1969.

Só para justificar a publicação desse feito histórico de um de nossos ancestrais e memoráveis irmãos de chão, busquei no artigo da doutora e mestre em educação, Clotildes Farias de Souza, também licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Sergipe, fragmentos da história das Ligas Contra o Analfabetismo no Brasil.

Depois de articular em doze páginas sobre motivação, surgimento e importância das ligas contra o analfabetismo, a autora conclui que esse tipo de entusiasmo pela educação não logrou muito no alvorecer do século XIX. Mesmo assim, a Liga Brasileira Contra o Analfabetismo (LBCA) tornara-se a principal referência para as análises de tudo o que se fez nos anos 1916, quando o Estado de Sergipe emergiu com a liga primeira, seguido por Pernambuco em 1922. Tanto a primeira como a segunda, eram organizações civis fundadas com o propósito de propagar o ensino primário para garantia das condições necessárias à consolidação do estado nacional republicano, sinalizando o entusiasmo pela educação no Brasil. Assim como os demais movimentos civis e militares, oficiais e privados da década de 1920, as associações embasavam-se no positivismo e atendiam os interesses industrialistas e moralistas defendidas a princípio por Olavo Bilac e depois pela Igreja Católica.

Foi depois da criação de outras ligas no outro lado mais avançado do país, como a liga carioca, criada em 1915 atuando até o ano de 1940, que as Ligas Brasileiras Contra o Analfabetismo, se instalaram nos estados e municípios, com um viés mais interpretativo e positivo, como instituições a debateram o desenvolvido, não somente na área da educação, mas da saúde e cobrando da União investimentos no ensino primário obtendo resultados imediatos na mudança do nível social das comunidades.

A elucidação manifesta com clareza o engajamento de nossa terra nesse feito de relevância histórica no campo da cultura local, quando homens públicos de erudição, se preocuparam em fazer chegar ao Araci aflorante cultural uma representação desse movimento de combate ao analfabetismo.

Araci foi contemplado em 1969, com a representação da LBCA-Liga Baiana de Combate ao Analfabetismo, através do prestigioso deputado Cosme de Farias que ante o perfil do letrado araciense “Clodoaldo Lira Carvalho”, o nomeou Delegado da LBCA com a missão de “batalhar pela campanha do ABC em todos os termos do município de Araci. Nosso reverenciado “Coló”, ancestral de alguns de nossos eruditos irmãos de chão, ao lançar a campanha do ABC, falava da célebre cartilha do abecê, tão afeiçoada ainda por muitos de nós.


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