Nosso chão que de Razo, se tornou em Araci, “cidade mãe do dia”, é um lugar vocacionado a abrigar forasteiros, isso porque há 212 anos, professa a mesma tradição do Brasil que há 524 anos vem acolhendo todos os viventes oriundos de pátrias distantes.
Hoje somos todos filhos, netos, bisnetos, trinetos, tetranetos ou tataranetos de imigrantes que aqui chegaram de uma centena de países distintos. É sabido que perto de dois milhões de brasileiros, vivem a situação de estrangeiros fora de sua pátria e acolhimento faz com que o Brasil receba haitianos, venezuelanos, angolanos, moçambicanos, nigerianos e até refugiados à procura de paz de massacre dos senhores das guerras.
Acolher bem as pessoas é a linda vocação de meu Razo. Em 1812, pisou em nosso chão um jovem forasteiro de 39 anos e passou a amar esse chão. A ele deu nome, desbravou com a força bruta de seus escravos e trabalho de sua família, dando a ele um futuro lindo a ponto de mudar de Razo, para uma “Aurora da Manhã” que irradiou 92 anos depois em 1904 se chamando de Araci,
A história dessa linda vocação em acolher, está falando do Capitão José Ferreira de Carvalho. No mesmo tempo desse nobre estrangeiro fundador do Razo, foi acolhido outros estrangeiros com os primeiros padres e vigários como Rocha Viana, primeiro da paróquia, Pe. Francisco de Ouriçangas e até João um padre francês acolhido aqui como sexto padre em 1888.
Araci foi fraterno com o estrangeiro Pe. Júlio Fiorentini que aqui chegou em 1890 para administrar essa terra com poder eclesiástico função de primeiro Intendente administrando a coisa pública.
Bem mais próximo era dos que hoje passaram dos 70 anos, estrangeiros chagaram em Araci e foram acolhidos por um povo vocacionado para a fraternidade, como José Tibúrcio da Silva que saiu do meio de sua parentela para aqui constituir família, impulsionar o trabalho, incrementar o comércio, sendo percursor na produção e venda do sisal, casa de peças e posto de gasolina. Como recebeu de forma solidária, outro forasteiro, tarimbado no comercio de armazéns de estivas e todo tipo de mercadorias e aqui constituiu família com filhos e filhas ilustres e bem sucedidos.
O mesmo sentimento de receptividade com estrangeiros, foi demostrado com meu pai, João Bispo de Moura, um grumete marinheiro que singrou mares e veio para o Razo, onde foi farmacêutico, paramédico, dentista e até parteiro. Com o mesmo sentimento de irmandade, foi acolhido no mesmo tempo, o tenente Anfilófio Menezes, que se fez filho dessa terra e se arriscou como policial para promover segurança e paz, deixando um legado, continuado por seu filho, o oficial de Marinha, José Socorro da Silva em dedicação e serviços relevantes à comunidade.
Outro estrangeiro foi acolhido aqui com o mesmo conhecimento em ações de saúde, como José Henrique de Barros, o Zé Enfermeiro. E como esquecer de estrangeiros que foram abraçados pela nossa gente e por ela amados por seus ofícios de médicos dedicados, cuidando de gente como Dr. Fernando Ribeiro, Dr. Nelson Pimentel e bem mais recente um estrangeiro como Dr. Nóbrega cuja vida de serviço e dedicação à saúde pública o condecorou com um título de cidadania araciense.
Claro que essa vocação continua viva e intensa, no acolher de outros estrangeiros que escolheram Araci como terra boa onde viver, produzir e brilhar como líderes de massa. Homens públicos como José Eliotério da Silva Zedafó, registrado na Galeria dos Prefeitos de Araci, como o único que não natural de Araci. Viveu a maior parte da vida em outros lugares, onde cresceu e se destacou e quando o destino o trouxe para Araci, foi acolhido e abraçado pelo povo no gesto direto de acolhimento e solidariedade do prefeito Carlos Mota. E em tempo mais atual, Araci acolheu outro estrangeiro como seu novo filho, Rosival Leite, adotado por dispositivo legal, pelo que vem fazendo pelo municipio que adotou como patria e berço de seus filhos.
Nos dias de hoje, parece haver uma corrente favorável ao quebrantamento dessa linda tradição do Raso. A aparição de um novo estrangeiro, movido pelo mesmo sentimento do passado, de escolher Araci como um lugar bom para viver, produzir e cuidar de gente, está deixando de ser uma vocação, passando a ser seleção. Assim Zelito Maia entra na história do acolhimento como o primeiro a passar por um processo de eleição para ter direito a adoção como um filho acolhido por essa terra.
As imagens do comício do dia 15 aqui publicadas, sinalizam o nível de aceitação desse ultimo forasteiro que pede, como diz ele próprio:
“Eu só quero uma oportunidade de provar que escolhi Araci como uma terra onde viver, produzir e cuidar de gente”.
No palanque candidatos à Câmara de Vereadores discursáram - Registro do vereador candidato à reeleição Guinha de Pascoal e da professora Joelma a força representativa das professoras concursadas. "Somos livres para tomar decisões sobre o que é melhor para a educação de nosso município" - Disse a candidata.
(Imagens geradas em tempo real por drone e Nikon do Portalfolha - Operador Marcelo Filmagens - Contato: agenciadiphatus@gmail.com ).
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